terça-feira, 19 de maio de 2020

2ºA, 2ºB, 2ºC e 2ºD - FILOSOFIA - Professora Jussara

ATIVIDADES DE 18 A 22 DE MAIO


Olá estudantes! Tudo bem com vocês?


Estamos nos aproximando do final do nosso primeiro bimestre de uma maneira bem fora do que estamos acostumados, mas pudemos aprender algumas coisas bem legais nesses meses, não é?


Na semana passada refletimos sobre a relação entre as ideias de Ética e Solidariedade. Agora para encerrarmos com chave de ouro o bimestre, vamos refletir sobre as a Ética e a Dignidade Humana


Leia o texto abaixo e faça as atividades solicitadas em seguida. 


A Ética e a Dignidade Humana


Aprendemos já o que é Ética, mas sabemos qual a sua importância para o nosso convívio social? Para pensarmos melhor sobre isso, vamos pensar sobre o caso descrito abaixo, ocorrido na cidade do Rio de Janeiro. 


Cinco jovens de classe alta agridem doméstica


Uma empregada doméstica, de 32 anos, foi espancada e roubada, na manhã do dia 24 de junho de 2007, quando saía do seu trabalho. Os espancadores eram cinco jovens ricos, todos estudantes. Eles não apresentavam sinais de ter ingerido álcool ou outra substância química. A mulher relatou à polícia que, por volta das 6h30, estava em um ponto de ônibus, perto do apartamento onde trabalha e mora, para ir a uma consulta médica. De repente, saindo de um automóvel, os cinco jovens começaram a xingá-la e chutá-la na cabeça e na barriga. Depois, roubaram sua bolsa, com seus documentos, 47 reais e um celular, que nem tinha sido completamente pago. Após a agressão, ela voltou ao prédio em busca de ajuda.

Um taxista, que estava próximo ao local do crime, anotou a placa do carro e notificou a polícia, que prendeu os jovens. Os agressores confessaram o crime, mas nada falaram sobre os motivos que os levaram a cometer o ato de crueldade.


Muitos, ao lerem esta notícia, consideram o comportamento dos jovens como algo “errado”. Porém, jogar xadrez com as regras do jogo de damas é errado e espancar uma mulher, ou quem quer que seja, é errado. Embora sejam duas situações completamente diferentes, podemos usar a mesma palavra para as duas coisas. Então, afinal, o que é o errado? Quantas vezes você ouviu que era errado o que fazia? Quantas vezes lhes disseram que aquilo era errado? Ao distinguirmos entre o que é o certo e o que é errado, entre o que é bom e o que é mau, permitido ou proibido, e refletirmos sobre isso, entramos no campo da moral e da ética. No âmbito da ética, trata-se de refletir sobre as normas e valores, adotados historicamente, que visam estabelecer modos de agir. Como se deve agir diante dos outros nas mais diferentes situações? A decisão de como agir, embasando-se nos valores e normas estabelecidos por uma sociedade, nos remete à noção de dever – uma noção fundamental para a reflexão ética.

O ser humano vive em sociedade, convive com outros seres humanos e, portanto, cabe-lhe pensar e responder à seguinte pergunta: “Como devo agir perante os outros?”. Trata-se de uma pergunta fácil de ser formulada, mas difícil de ser respondida. O certo e o errado, o que é bom e o que é mau, permitido ou proibido, pode variar em lugares e épocas distintas. Sabemos que as respostas sobre como agir e sobre o dever não são únicas, não apenas pela pluralidade de culturas e sociedades, mas também pela pluralidade de situações. Dessa forma, é importante reconhecer que diferentes lugares, culturas e épocas apresentam distintas normas e valores e, portanto, diferentes formas de agir mediante situações. No dia a dia, guiamos nossas ações de acordo com valores que recebemos por meio de relações familiares, de religiosidade, e por meio de relações afetivas, oriundas dos nossos círculos de amizade. Refletir sobre esses valores, sobre as normas e princípios que norteiam a nossa vida e as nossas ações é um exercício ético, nem sempre fácil de realizar.

Eventos de diferentes proporções podem tornar referenciais valores que outrora eram pouco destacados. Os eventos de violação da vida humana, em especial aqueles deflagrados pelo nazismo, assim como as transformações tecnológicas, econômicas e sociais ocorridas no decorrer dos séculos XIX e XX, tornaram o respeito à dignidade humana um valor a ser lembrado constantemente na nossa sociedade, um fundamento presente em importantes documentos nacionais e internacionais e motivo de Cartas de direitos e de conferências que se realizam periodicamente. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seus artigos, procura assegurar o reconhecimento à dignidade humana em vários sentidos. O Brasil, na sua Constituição, referenda esse princípio fundamental, especialmente nos artigos 1º, 3º e 5º, dos quais destacamos:


Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

[...]

II - a cidadania;

III - a dignidade da pessoa humana;

[...]

V - o pluralismo político.

[...]

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

[...]

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

[...]

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;


CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 17 jul. 2013.



A partir desse fundamento, podemos notar no corpo da lei o reconhecimento de que todos os seres humanos devem ter a sua dignidade reconhecida. Esse reconhecimento nos leva a pensar sobre o princípio que deve guiar as nossas ações: a ideia segundo a qual todo ser humano, sem distinção, merece tratamento digno corresponde a um valor moral. Segundo esse valor, a pergunta de como agir perante os outros recebe resposta precisa: agir sempre de modo a respeitar a dignidade, sem humilhações e discriminações. Refletir sobre o alcance da dignidade humana no momento em que estamos diante do outro, refletir sobre como essa noção de dignidade humana pode ser construída, reconhecida e realizada cotidianamente nas mais diferentes situações e como aperfeiçoar os seus contornos, faz parte da reflexão ética.


A T I V I D A D E S ___________________________________


1.Sobre o texto Cinco jovens de classe alta agridem doméstica, responda:

a. Como avaliar, segundo a ética, a agressão cometida pelos cinco jovens?

b. Como considerar a atitude do taxista no episódio ao alertar a polícia? Você seguiria seu exemplo ou iria embora da cena do crime?

2. No atual contexto em que vivemos, de um mundo em situação de pandemia, é possível observar atitudes que violam a dignidade humana? Se sim, consegue citar exemplos?

3. Por que  a reflexão ética se faz importante para preservarmos a dignidade humana?

4. Para bem encerrarmos o bimestre na disciplina de Filosofia, escreva uma autoavaliação sobre o que você aprendeu neste bimestre e as reflexões que tivemos nesta aula te ajudaram. Se você se sentir confortável, dê uma nota para si mesmo pelo seu desempenho neste primeiro bimestre. 


É muito importante que você faça as atividades, responda às questões acima em folha separada, devidamente identificada, e as entregue na escola no dia 22 de maio no horário escolhido para a sua série. Vamos concluir esse bimestre com sucesso - dentro do possível! :)


E já sabem, quaisquer dúvidas podem me chamar no Whatsapp!


Bons estudos!


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