terça-feira, 12 de maio de 2020

Atividade 3°A,3°B,3°C-SOCIOLOGIA-Prof.José Valério-entregar na escola dia 22/05

Atividade 3°A, 3°B, 3°C - SOCIOLOGIA -

 Prof. José Valério

Atividade da semana do dia 11 a 15 de maio 

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 

( Para que o aluno possa calcular o tempo de leitura é de 5 minutos, o tempo de elaboração do rascunho e texto final são 20 minutos. Total para essa atividade 25 minutos que o aluno ocupará do seu tempo de estudo)

- Para ser entregue na sexta feria 22 de maio de 2020.  de acordo com os seguintes horários: 3°A,3°B das 11h:00 as 12:30, 3°C das 19h:00 as 20h:30

- Como o  aluno deve proceder:
Em uma folha separada (folha de caderno, almaço ou sulfite) contendo no cabeçalho as seguintes informações: Nome da Escola, nome do aluno, n° do aluno, série do aluno, turma do aluno, data da entrega e nome da Disciplina de Sociologia e nome do professor.

- Após essa identificação, o aluno deve proceder a leitura do texto que está publicado aqui no blog e escrever na folha separada  uma interpretação do seu entendimento sobre o texto, isso significa conseguir responder no seu texto as indagações do autor.  

“ATENÇÃO, NÃO É PARA FAZER E ENTREGAR A ATIVIDADE COMO SE FOSSE UM QUESTIONÁRIO COM  PERGUNTAS  E RESPOSTAS.”

O aluno deve escrever um texto contínuo com parágrafos. O texto deve apresentar/expressar os seguintes questionamentos do autor:     

O que o autor está analisando?
Com quem dialoga?
O que o autor defende?
Com quais argumentos?


Texto para leitura e interpretação: 

A cidadania vertical no Brasil: o caso do Coronavírus

Por Marcelo da Silveira Campos. Doutor em Sociologia pela USP, professor da UFGD e professor convidado da Faculdade de Medicina da USP. Também é pesquisador e Pós-Doutorando no INCT-InEAC/UFF.

Isolamento parcial, ou vertical, como vem sendo denominado, consiste essencialmente em retirar das relações sociais somente os grupos mais suscetíveis à mortalidade pela COVID-19 como, por exemplo, as pessoas acima de 60 anos, portadores de doenças como hipertensão, diabetes.[...] Entretanto, em constantes reuniões e pronunciamentos no Planalto, diga-se muitas vezes contrárias às diretrizes do próprio Ministro da Saúde e da Organização Mundial da Saúde, as autoridades federais admitem que não há qualquer estudo para justificar tal orientação [...]
O que quero chamar a atenção para reflexão é que a ideia do isolamento vertical, contudo, não é (nem nunca foi) nova no Brasil. Especialmente, quando nós relacionamos essa proposta de isolamento vertical à cidadania vertical no Brasil. Em termos sucintos podemos dizer que a cidadania é vertical no Brasil porque ela é desde sempre uma cidadania fundamentalmente hierarquizada: os grupos privilegiados, que constituem uma pequena parcela da população, possuem a maioria dos recursos sociais, jurídicos, econômicos e simbólicos para exercer a diferenciação e reproduzir a desigualdade no espaço público e no espaço privado; por outro lado, a maioria da população que são as classes menos privilegiadas e compõem fundamentalmente o mercado de trabalho dos serviços domésticos, trabalhadores da indústria de bens e serviços, trabalhadores do mercado informal e os profissionais da saúde que atuam na ponta das redes de assistência social não detém os mesmos recursos sociais, jurídicos e econômicos para exercer os direitos no espaço público e privado, ou seja, para ser e exercer uma cidadania horizontal.
Ora, como se sabe é a composição do nosso mercado de trabalho durante o século XIX, constituído basicamente pela escravidão massiva de negras e negros, que faz com que uma cidade como a do Rio de Janeiro tinha aproximadamente 50% da população formada por escravos. É do mesmo século XIX, que uma das primeiras obras consideradas sociológicas no país – Os Sertões de Euclides da Cunha – descreve como, na recém-república, Canudos atraiu centenas de nordestinos pobres despertando a ira dos grandes fazendeiros e elite política: morreram mais de 15 mil pessoas no país sendo a grande maioria, os pobres.
Chamo a atenção para estes dois pontos porque, no meu entender, eles estão articulados na reação sociopolítica ao COVID-19; e constituem, hoje, o maior risco para o alastramento da doença em nosso território e um novo genocídio da população pobre e periférica do país: a defesa política do isolamento vertical (e os seus defensores) representam o maior risco à nossa democracia, bem como, representam a continuidade de uma cidadania verticalizada e hierarquizada. Logo, os trabalhadores das classes médias altas e altas continuarão em seus isolamentos horizontais, trabalhando home office, e tomando as medidas de não exposição necessárias para todas e todos. No entanto, o isolamento vertical atingirá majoritariamente os moradores das periferias e favelas das grandes cidades brasileiras, os trabalhadores da saúde que dedicam suas vidas ao trabalho na ponta da saúde pública e assistência social, os empregados domésticos, os 12 milhões de desempregados, os encarcerados. Estes, sim, estarão expondo novamente suas vidas ao isolamento vertical. E, novamente, a cidadania vertical no país.
De modo contrário, a defesa do isolamento horizontal, portanto, igualmente distribuído para os diferentes grupos, setores e classes sociais da população - com todos submetidos à mesma medida de quarentena - é algo mais do que necessário. Mas, infelizmente, inconcebível para boa parte dos setores privilegiados no Brasil. Trocando em miúdos, como nos ensina a canção do Chico: o isolamento horizontal está relacionado fundamentalmente a uma concepção prática no espaço social – público e privado - de exercício de uma cidadania plena (parafraseando Parsos no sempre necessário texto sobre a “Cidadania para um Americano Negro”) para todas e todos. O que em nossa história republicana continua tarefa urgente: uma cidadania plena para os brasileiros, especialmente, para os negros e negras, os periféricos, as empregadas domésticas, as trabalhadoras da saúde que não querem mais nada vertical. E sim horizontalidade.



Executar a leitura do texto, interpretar e escreve (manuscrito) um texto numa folha separada identificada ( nome da escola, nome do aluno, número do aluno, série do aluno e turma do alno, nome da disciplina Sociologia e nome do professor). Esse  texto que você irá criar deve responder aos seguintes questionamentos do autor do texto: 
O que o autor está analisando?
Com quem dialoga?
O que o autor defende?
Com quais argumentos? 
ATENÇÃO, não é para entregar um questionário com perguntas e respostas, é para produzir um texto contínuo em que as indagações do autor sejam respondidas na forma de texto.

Para ser entregue no dia 22 de maio de acordo com as instruções de entrega da coordenação. 
Qualquer dúvida é só entrar em contato com o professor. 

Atividade da semana do dia 11 a 15 de maio 

O professor irá avaliar no texto da aluna (o) se atingiu as competência /habilidade para: 


Estabelecer uma reflexão crítica sobre a formalização dos direitos da cidadania e as suas possibilidades de efetivação.



Ler, interpretar e analisar  o texto e a partir dai produzir seu próprio texto respondendo as indagações do autor.

 partir desses critérios a menção da sua nota será de 1 a 10, sendo que: 

 A  nota 1 até a nota 4 significa que o aluno encontra-se  no nível - Abaixo do básico (recuperar)
 A  nota 5 até a nota 6 significa que o aluno encontra-se no nível - Básico 
 A  nota 7 até a nota 8 significa que o aluno encontra-se no nível -  Adequado
 A nota 9 até a nota 10 significa que o aluno encontra-se no nível  - Acimado adequado


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