HISTÓRIA 3ª
ATIVIDADE para o 7° ano A
Prof José
Ferré
Período:
11/05/2020 a 22/05/2020.
IMPÉRIOS DE GANA E MALI – E AS CIDADES IORUBÁS
Durante o
período que chamamos de Idade Média (séculos 5 ao 15), poderosos Estados se
desenvolveram na África Ocidental - e por sua enorme riqueza, tornaram-se o
principal eixo de comércio entre o mar Mediterrâneo e o interior da África.
Império
de Gana
Na região entre
os rios Senegal e Níger, os soninquês (povos de origem mandê), fundaram
pequenas cidades, que desde o século 4 foram se unificando, muito provavelmente
para resistir às guerras com povos nômades. Pouco se conhece sobre tal processo,
mas, no século 8, a região já era conhecida como Império de Gana.
Os soninquês
chamavam sua região de Wagadu, mas os berberes (povos do Magreb), que chegaram
ali no século 8, a chamavam de Ghana, pois era esse o título do rei da região
(ghana: "rei guerreiro").

Dessa forma,
enquanto o norte da África estava inserido no comércio entre diversos povos
desde a Antiguidade (gregos, romanos, fenícios, cartagineses, líbios, persas,
egípcios, árabes), o reino de Gana, na África Subsaariana (ou África Negra),
pôde se desenvolver isoladamente.
Somente quando
os árabes conquistaram o Magreb e introduziram o camelo como animal de
transporte foi possível a viagem através do deserto. A partir de então, os
reinos e as grandes riquezas da África Negra passaram a fazer parte do comércio
internacional do Mediterrâneo.
Gana já era um
reino rico antes da chegada dos comerciantes do norte, e são os documentos
deixados por esses comerciantes (árabes e berberes) que nos informam o que foi
Gana, e relatam um império extraordinário, também chamado de Terra do Ouro.
Segundo Al-Bakri, comerciante árabe de Córdoba (século 11), o rei de Gana usava
túnicas bordadas a ouro, colares e pulseiras de ouro - e os arreios dos cavalos
e as coleiras dos cachorros do rei eram de ouro.
O império de
Gana tinha como capital Kumbi-Saleh. Dessa cidade, o rei e seus nobres
controlavam povos vizinhos, obrigando-os a pagar impostos em troca de proteção.
Além disso, Gana controlava o comércio tanto das mercadorias que eram trazidas
do norte (como sal e tecidos), quanto das que saíam do interior da África (como
ouro e escravos). Na capital, o comércio era intenso: os seus 20 mil habitantes
recebiam diariamente as caravanas que vinham de diversas regiões. Entre os
séculos 9 e 10, Gana viveu seu apogeu, sendo um dos mais ricos reinos do mundo,
segundo Ibn Haukal, viajante árabe da época.
Com o processo
de islamização dos povos africanos (os primeiros convertidos foram os
berberes), o Império de Gana (que se recusava a se converter ao Islã) foi
perdendo força, até que em 1076 os almorávidas (dinastia berbere) conquistaram
e saquearam Kumbi-Saleh, transformando a cidade em um reino tributário. A
partir daí, todo império se fragmentou, o que possibilitou as incursões de
vários povos vizinhos, um deles os sossos, que passaram a controlar várias
regiões do antigo império.
Império
de Mali
O Reino de Mali
era, a princípio, uma região do Império de Gana habitada pelos mandingas. Era
composto por 12 reinos menores ligados entre si, e tinha como capital Kangaba.
Os mandingas chamavam seu território de Manden (= terra dos mandingas).
Após anos de
guerras entre os soninquês de Gana e os almorávidas (século 11), e depois das
guerras com os sossos (século 12), Mali conseguiu sua independência e adotou o
islamismo. E, apesar de passar por um período de crise política e econômica,
conseguiu se restabelecer e, em 1235, os mandingas de Mali conquistaram o
território do antigo Império de Gana, sob a liderança de Maghan Sundiata, que
recebeu o título de Mansa, que na língua mandinga significa
"imperador".
O nome que os
mandingas davam ao seu império era Manden Kurufa; o nome Mali era usado por
seus vizinhos, os fulas, para se referir ao grande império. Manden Kurufa
significa Confederação de Manden. A capital era Niani (atualmente uma aldeia na
República da Guiné).
Ao contrário do
Império de Gana, que somente se preocupava em manter os povos dominados, a fim
de controlar o comércio regional, o Império de Mali se impôs de forma
centralista, estabelecendo fronteiras bem definidas e formulando leis por meio
de uma assembleia chamada Gbara, composta por diversos povos do império. A
aplicação da justiça era implacável, tanto que vários viajantes se referiam aos
povos negros como "os que mais odeiam as injustiças - e seu imperador não
perdoa ninguém que seja acusado de injusto". Acredita-se que o Império de
Mali tivesse a extensão da Europa Ocidental.
O Império de
Mali se tornou herdeiro do Império de Gana, pois passou a controlar todo o
comércio local. O ouro extraído por Mali sustentava grande parte do comércio no
Mediterrâneo. Conta-se que, entre 1324 e 1325, Mansa Mussa, em peregrinação a
Meca, parou para uma visita ao Cairo e teria presenteado tantas pessoas com
ouro, que o valor desse metal se desvalorizou por mais de 10 anos.
Também sob o
reinado de Mussa, a cidade de Timbuktu (ou Tombuctu) se tornou uma das mais
ricas e importantes da região. Sua universidade era um dos maiores centros de
cultura muçulmana da época, e produziu várias traduções de textos gregos que
ainda circulavam nos séculos 14 e 15. A grandiosidade de Timbuktu atravessou os
tempos e, no século 19, exploradores europeus se embrenharam pelos caminhos
africanos, seguindo o rio Níger, em busca da lendária cidade.
O Império de
Mali entrou em decadência a partir do final do século 14, em função das
disputas políticas internas e das incursões dos tuaregues (povo berbere), sendo
conquistado, no século 15, pelos songais (povo africano até então dominado por
Mali). Foi nesse mesmo século que os portugueses, em pleno processo de expansão
marítima, conheceram o já decadente Mali.
Cidades iorubas
A partir do
século 9 formaram-se as cidades da civilização iorubá, na região da atual
Nigéria, já habitada por esse povo desde o século 4.
Os iorubás nunca
unificaram suas cidades, mas mantiveram a mesma cultura (língua, religião
etc.). A cidade iorubá mais importante era Ifé, considerada sagrada, por ser o
berço dos iorubás, segundo a crença local. Outra cidade importante foi Oyo, um
centro militar que, no final do século 17, tinha se expandido até Daomé (atual
Benin).
Ifé foi um
grande centro artesanal e artístico, e era governada por um rei sacerdote que
tinha o título de Oni, enquanto nas outras cidades os governantes recebiam o
título de Oba.
Apesar do
cristianismo e do islamismo terem chegado até os iorubás, a maioria desse povo
sempre se manteve fiel às antigas tradições politeístas locais, sendo os orixás
os seus deuses.
Ao contrário do
que se acredita, a crença nos orixás não se expandiu pela África, mantendo-se exclusivamente
iorubá. Mas como muitos iorubás (chamados de nagôs ou anagôs pelos portugueses)
foram transformados em escravos e trazidos à força para a América, o culto aos
orixás se misturou ao cristianismo imposto por portugueses e espanhóis, criando
vários sincretismos religiosos que fazem parte da cultura americana, como, por
exemplo, o Candomblé e a Umbanda, no Brasil, e o Vodu no Haiti (apesar de o
Vodu também receber influências de outras culturas africanas).
A partir do
século 15, as cidades iorubás iniciaram seu processo de declínio (apesar de Oio
ter se mantido até o século 19). Muitos pesquisadores acreditam que a falta de
unidade política foi uma das causas desse declínio, já que os iorubás não
tiveram condições de se fortalecer para enfrentar o processo de escravização
que lhes foi imposto.
ATIVIDADE AVALIATIVA
1 – Qual a localização do Império
de Gana?
R._____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
2 – O que significa a palavra
“Ghana”? Assinale a alternativa correta:
a)
Rei poderoso;
b)
Rei Guerreiro;
c)
Rei dos Reis;
d)
Rei de Todos.
3 – Quais as principais
atividades econômicas desenvolvidas pelo reino de Ghana?
R___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
4 – O Reino de Mali consolidou-se
a partir de 1235, qual o título que recebeu o seu governante?
R -
__________________________________________________________________________.
5 – Por que Mansa Mussa, depois da sua peregrinação à cidade de Meca
(cidade sagrada para os muçulmanos), se
tornou o governante mais famoso do Império de Mali? Assina a alternativa
correta:
a)
Pela quantidade de ouro que transportava,
ostentava, distribuía e pela sua generosidade;
b)
Pela violência com que tratava seus inimigos;
c)
Por invadir os países e as cidades por onde
passava;
d)
Por sua avareza e ganância.
6 – Qual a
cidade mais famosa do Império de Mali? Assina abaixo a correta:
a)
Gao;
b)
Bamako;
c)
Timbuktu;
d)
Djenné.
7 – Cite
abaixo das DUAS cidades mais importantes
para o povo ioruba.
R - ___________________,
______________________.
8 – Responda abaixo: Qual a importância da cultura do povo Iorubá
para o Brasil?
R___________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
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