Olá
estudantes!
Nas
últimas aulas falávamos sobre a importância de reconhecermos que somos seres
racionais para podermos discutir a Ética. Mas afinal, o que é Ética? Qual a
diferença entre Ética e moral?
Leia
o texto abaixo:
A diferença
entre Ética e moral
Toda cultura e ou sociedade possui uma
série de costumes e uma moral, isto é, valores concernentes ao bem e ao mal, ao
permitido e ao proibido e à conduta correta e à incorreta, válidos para todos
os seus membros. Culturas e sociedades fortemente hierarquizadas e com
diferenças de castas ou de classes muito profundas podem até mesmo possuir
várias morais, cada uma delas referida aos valores de uma casta ou de uma
classe social. No entanto, a simples existência da moral não significa a
presença explícita de uma ética, entendida como filosofia moral, isto é, uma
reflexão que discuta, problematize e interprete o significado dos valores
morais. Ao contrário, toda sociedade tende a naturalizar a moral, de maneira a
assegurar sua perpetuação através dos tempos.
De fato, os costumes são anteriores ao
nosso nascimento e formam o tecido da sociedade em que vivemos, de modo que
acabam sendo considerados inquestionáveis e as sociedades tendem a
naturalizá-los (isto é, a torná-los como fatos naturais existentes por si mesmos).
Não só isso. Para assegurar seu aspecto obrigatório que não pode ser
transgredido, muitas sociedades tendem a sacralizá-los, ou seja, as religiões
os concebem ordenados pelos deuses, na origem dos tempos.
Para entendermos o que cada um destes
conceitos significa, podemos olhar a origem comum das palavras: moral deriva do latim moris e refere-se ao conjunto de costumes tradicionais de uma sociedade e
que, como tais, são considerados valores e obrigações para a conduta de seus
membros. Já na língua grega existem duas significações da palavra ethos: ela pode significar costume, mas
também é caráter, índole natural, temperamento, conjunto das disposições
físicas e psíquicas de uma pessoa. Nesse segundo sentido, éthos se refere às características pessoais de cada um, as quais
determinam que virtudes e que vícios cada indivíduo é capaz de praticar.
Assim, a filosofia moral ou a ética
nasce quando, além das questões sobre os costumes, também se busca compreender
o caráter de cada pessoa, isto é, o senso moral e a consciência moral
individuais. A filosofia moral ou a disciplina e os estudos denominados Ética nasce quando se passa a indagar o
que são, de onde vêm e o que valem os costumes; em outras palavras a ética é
nada mais que o estudo da moral.
CHAUÍ, Marilena. Iniciação à filosofia
(adaptado). São Paulo: Ática, 2014.
Agora
que falamos sobre a ideia de Ética, podemos passar a uma outra discussão muito
importante nesse campo de estudos da Filosofia: o conceito de liberdade. O que é liberdade para você?
O
texto abaixo fala sobre nossa percepção da moral e como isso se relaciona com a
liberdade.
MORAL E
LIBERDADE
Senso moral e
consciência moral
Em muitas ocasiões, ficamos contentes e emocionados diante de uma pessoa
cujas palavras e ações manifestam honestidade, honradez, espírito de justiça,
altruísmo, mesmo quando tudo isso lhe custa sacrifícios. Sentimos que há
grandeza e dignidade nessa pessoa. Temos admiração por ela e desejamos
imitá-la. Por outro lado, não raras vezes somos tomados pelo horror diante da
violência: chacinas de seres humanos e animais, linchamentos, assassinatos
brutais, estupros, genocídio, torturas e suplícios. Com frequência, ficamos
indignados ao saber que um inocente foi injustamente acusado e condenado,
enquanto o verdadeiro culpado permanece impune. Sentimos cólera diante do
cinismo dos mentirosos, dos que usam outras pessoas como instrumento para seus
interesses e para conseguir vantagens à custa da boa-fé de outros. Todos esses
sentimentos manifestam nosso senso moral.
Vivemos certas situações, ou sabemos que foram vividas por outros, como
situações de extrema aflição e angústia, nas quais precisamos tomar decisões
que gerarão coisas boas para uns e ruins para outros. Situações como essas –
mais dramáticas ou menos dramáticas – surgem sempre em nossas vidas. Nossas
dúvidas quanto à decisão a tomar não manifestam apenas nosso senso moral, mas
também põem à prova nossa consciência moral, pois exigem que decidamos o que
fazer, que justifiquemos para nós mesmos e para os outros as razões de nossas
decisões e que assumamos todas as consequências delas, porque somos responsáveis
por nossas opções.
Para que haja conduta ética é preciso que exista o agente consciente,
isto é, aquele que conhece a diferença entre bem e mal, certo e errado,
permitido e proibido, virtude e vício. A consciência moral não só conhece tais
diferenças, mas também reconhece-se como capaz de julgar o valor dos atos e das
condutas e de agir em conformidade com os valores morais, sendo por isso
responsável por suas ações e seus sentimentos e pelas consequências do que faz
e sente. Consciência e responsabilidade são condições indispensáveis da vida
ética.
A consciência moral manifesta-se, antes de tudo, na capacidade para
deliberar diante de alternativas possíveis, decidindo e escolhendo uma delas
antes de lançar-se na ação. Tem a capacidade para avaliar e pesar as motivações
pessoais, as exigências feitas pela situação, as consequências para si e para
os outros, a conformidade entre meios e fins (empregar meios imorais para
alcançar fins morais é impossível), a obrigação de respeitar o estabelecido ou
de transgredi-lo (se o estabelecido for imoral ou injusto).
A consciência é talvez a melhor característica que distingue o ser
humano dos outros animais. Ela permite o desenvolvimento do saber e da
racionalidade que se empenha em separar o falso do verdadeiro. Além dessa
consciência lógica, o ser humano possui também consciência moral, isto é, a
faculdade de observar a própria conduta de formular juízos sobre os atos
passados, presentes e as intenções futuras. E depois de julgar, o homem tem
condições de escolher, dentre as circunstâncias possíveis, seu próprio caminho
na vida. A essa possibilidade que o homem tem de escolher seu caminho,
construir sua maneira de ser e sua história chamamos de liberdade.
Liberdade e
Responsabilidade
Assim, se consciência moral e liberdade estão intimamente relacionadas,
só tem sentido julgar moralmente a ação de uma pessoa se essa ação foi
praticada em liberdade. Quando não se tem escolha (liberdade), quando se é
coagido a praticar uma ação, é impossível decidir entre o bem e o mal
(consciência moral). A decisão, nesse caso, é imposta pelas forças coativas,
isto é, que determinam uma conduta. Exemplo: tendo um filho sequestrado, o pai
cumpre ordens do sequestrador. A ação desse pai está determinada pela coação do
criminoso. Quando, entretanto, estamos livres para escolher entre esta ou
aquela ação e fazemos uma escolha, tornamo-nos responsáveis pelo que praticamos
e podemos ser julgados moralmente por isso.
Observemos que o termo responsabilidade vem do latim respondere “responder”, e significa
estar em condições de responder pelos atos praticados, isto é, de justificá-los
assumi-los. É essa responsabilidade, enfim, que pode ser julgada pela
consciência moral do próprio indivíduo ou grupo social.
Referências:
CHAUÍ,
Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Editora
Ática, 2010.
COTRIM,
Gilberto. FERNANDES, Mirna. Fundamentos
da filosofia (adaptado). São Paulo: Saraiva, 2013.
Agora,
com todos estes conhecimentos, você já está preparado para responder às
seguintes questões:
1.
Segundo os textos, como podemos definir Ética e moral?
2.
Qual a importância de sermos seres conscientes para podermos agir eticamente?
3.
Como podemos definir, segundo o texto, o que é liberdade?
4.
Qual a relação entre liberdade e responsabilidade?
Entregue as respostas em meu e-mail (jussarafreitas@prof.educacao.sp.gov.br)
até o dia 13 de abril.
Quaisquer dúvidas devem ser
encaminhadas para o mesmo e-mail!
Bons estudos!
Até mais!
feito!me mande um ok se chegou ate voce por favor
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